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A professora conta a Carolina que em tempos teve um caso com Zeca e que, depois de fazer um aborto, o denunciou à polícia.
A propósito das aulas de Educação Sexual, Eunice conta que a alguns anos era impensável falar-se de aborto como se fala hoje. Também Zeca relembra o passado e tudo o que passou no tempo da PIDE e do regime de Salazar. O professor descreve um dos muitos episódios que viveu. Zeca recorda o dia em que fugiu de dois homens e relata que, nesse instante, se cruzou com a sua namorada e lhe deu uns panfletos para ela esconder. A rapariga ficou-o chocada ao olhar para os conteúdos dos mesmos e guarda-os. Os homens acabaram por apanha-lo e torturá-lo, mas não o prenderam por falta de provas. Mais tarde, Zeca foi chamado para a guerra. É que a polícia recuperou os tais papéis. A namorada acabou por denunciá-lo. Zeca lembra o nome da namorada: Eunice Carvalho de Castro. O professor vai verificar no livro de ponto e descobre que ser trata da colega Eunice. Confrontada, ela fecha-se na sala de arrumações e chora, enquanto recorda que à 38 anos ficou grávida do homem que amava e que os pais a obrigaram a abortar e a denunciar o jovem à polícia, que por sinal era comunista. A professora conta tudo a Carolina.